Olá, leitores do blog!
Trago agora a resenha de um livro que terminei de ler há alguns dias, espero que apreciem.
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Assassinato no Expresso do Oriente (Murder on the Orient Express)
Capa da edição brasileira lançada pela editora Nova Fronteira
- Título: Assassinato no Expresso do Oriente
- Título original: Murder on the Orient Express
- Autora: Agatha Christie
- Gênero: Romance Policial
- Ano de lançamento: 1934
- Sinopse: "Pouco depois da meia-noite, uma tempestade de neve pára o Expresso do Oriente nos trilhos. O luxuoso trem está surpreendentemente cheio para essa época do ano. Mas, na manhã seguinte, há um passageiro a menos. Um americano é encontrado morto em sua cabina, com doze facadas, e a porta estava trancada por dentro. Pistas falsas são colocadas no caminho de Hercule Poirot para tentar mantê-lo fora de cena, mas, num dramático desenlace, ele apresenta não uma, mas duas soluções para o crime."
Um excelente thriller policial. Agatha Christie com certeza
faz jus ao título de “Rainha do Crime” que lhe foi conferido, como pode ser
visto nesse livro envolvente e genial.
A estória começa com o detetive Hercule Poirot, que acabara
de resolver um caso na Síria e agora precisava retornar para casa a bordo do
Expresso do Oriente. A princípio Hercule enfrenta alguns problemas, sendo o
principal deles a falta de quartos disponíveis, visto que naquele dia o Expresso
está com uma quantidade de passageiros particularmente grande para aquela época
do ano. Após um dos passageiros não comparecer, o detetive enfim embarca e o
trem parte.
A viagem seria rápida e transcorreu tranquila durante o
primeiro dia, porém no segundo a calmaria foi quebrada. O trem foi obrigado a
parar devido a uma tempestade de neve, e no dia seguinte Hercule descobre que
um dos passageiros foi assassinado. A partir daí se inicia uma intensa
investigação sobre o crime, que se mostra bastante complexo e, em dados
momentos, aparenta ser impossível de ser solucionado. Pistas falsas, mentiras,
mistérios, tudo vai de encontro ao detetive visando confundi-lo e atrapalhar a
investigação.
Confesso que não tardei a ter suspeitas sobre qual seria a
explicação do crime, suspeitas que mais tarde se confirmaram parcialmente,
porém de modo algum isso desmerece a obra. Agatha Christie consegue confundir o
leitor de modo que a cada capítulo a opinião dele sobre quem é o criminoso muda
e, caso isso não aconteça, suas convicções serão no mínimo abaladas graças às
reviravoltas drásticas que acontecem.
Senti um pouco a falta de uma introdução ao personagem
protagonista, porém posso supor que a autora julgou que não havia necessidade,
visto que ele está presente na maioria dos seus romances. Admirei muito sua
capacidade de inferência e também os leves toques de humor que ele gerava de
vez em quando, principalmente por ser bastante metódico e até um pouco
rabugento. Um destaque a meu ver foi o fato de ele não sair atrás de pistas
como pegadas, impressões digitais ou afins. Como ele mesmo disse em dado ponto
do livro, “os criminosos de hoje não cometem mais esse tipo de erro”, e por
isso praticamente toda a investigação de Poirot se baseia no depoimento daqueles
que estavam a bordo do Expresso na noite do assassinato.
Um ponto que achei falho, mas que não tem qualquer relação
com a autora, é em relação à tradução. Ao longo do texto são feitas diversas
citações em francês, que poderiam ter sido traduzidas. Sei que na versão
inglesa original tais citações também estavam em francês, porém acredito que
traduzi-las seria o mais acertado mesmo.
No mais, achei o final excelente, digno da trama
apresentada. Já adianto que é necessário prestar muita atenção nos últimos
capítulos, visto que a solução do caso é explicada tão detalhadamente que pode
até mesmo confundir o leitor. E com certeza vai surpreendê-lo.